Retirado do site : Bereianos - Apologética Cristã Reformada
Há
muito tempo venho estudando a fundo sobre este tema. Realmente é um dos
assuntos mais polêmicos (se não o mais polêmico) que existe em discussão no
meio Cristão no geral; "o dízimo".
É
impressionante como muitas pessoas (principalmente líderes) ignoram uma
discussão com uma análise mais profunda Biblicamente sobre o dízimo. É como se
fosse um vulcão adormecido que causa temor e terror em todos que residem ao
redor e, se mexer no vulcão, o mesmo entrará em erupção novamente. Faço esta
analogia porque o assunto “dízimo” já foi discutido exaustivamente por muitas
vezes no meio Cristão, desde os primeiros séculos depois de Cristo. E todos nós
sabemos que tocar neste assunto irá mexer exatamente no provimento financeiro
em que muitas igrejas são sustentadas nos dias de hoje. Alguns líderes chegam
até mesmo a comentar : “Se abolirmos o
dízimo e ficar somente nas ofertas, como a Igreja irá se sustentar?” Entre
outros receios.
Infelizmente,
hoje, nos nossos dias, a discussão sobre a autenticidade deste assunto é
realmente quase que “abolida” do meio eclesiástico Brasileiro. Pois a verdade é
que, por achar que o dízimo da maneira que é colocado seja uma “doutrina
inquestionável” e que a igreja não sobrevive só de ofertas, muitos tem medo de
"acordar este vulcão", outros não tem sequer coragem para fazer uma
análise Bíblica mais profunda, hermenêutica
e exegeticamente honesta e correta.
É
quase que unânime a resposta de quem tem esta doutrina fundamentada em sua
vida: “Temos que devolver o Dízimo,
pois pertence ao Senhor. Se não devolver 10% do que ganhamos, estaremos
roubando à Deus e o demônio devorador atacará nossas finanças”.
O
pior é quando alguns chegam ao "extremo" sobre o assunto quando
afirmam que a salvação está ligada diretamente na entrega do dízimo. Ou seja,
se alguém não for dizimista fiel, estará colocando a sua salvação em perigo.
Mas,
será que realmente temos que “devolver”
o dízimo para não roubarmos à Deus? Será que devemos devolver algo que nos foi
dado DE GRAÇA ???Será que realmente
existe o demônio devorador que ataca nossas finanças caso não “devolvamos” o
dízimo? Será que Malaquias pode ser contextualizado em partes e aplicado a nós
para fundamentar o dízimo? Será que realmente o Novo Testamento fundamenta a
obrigatoriedade do dízimo para os dias de hoje? Será que a nossa salvação
depende da entrega do dízimo?
A
minha intenção neste artigo é convidar você, leitor, a agir com toda avidez,
zelo e imparcialidade.
Convido
você a fazer uma análise Bíblica
mais profunda sobre este tema. Para isto eu coloco algumas das melhores
análises exegéticas feitas por autores especialistas no assunto. Espero que
este artigo possa levar você, leitor, a um estudo Bíblico mais profundo sobre o
dízimo e que, ao final deste artigo, você possa estar com o conhecimento
necessário para esclarecer e fundamentar seus conhecimentos sobre este tema.
Bom
estudo!
O
Dízimo
Autor:
Túlio Cesar Costa Leite
A menos que vocês provem para mim pela Escritura e
pela razão que eu estou enganado, eu não posso e não me retratarei. Minha
consciência é cativa à Palavra de Deus. Ir contra a minha consciência não é nem
correto nem seguro. Aqui permaneço eu. Não há nada mais que eu possa fazer. Que
Deus me ajude. Amém.
Martinho Lutero
Introdução
O
movimento Reformado representou um retorno às Escrituras Sagradas. Como
conseqüência, o acúmulo de tradições acrescentadas à fé apostólica foi varrido
da igreja. Somos filhos da Reforma e temos a obrigação de julgar nossas
próprias práticas à luz da Bíblia, comparando Escritura com Escritura.
A
máxima “igreja reformada sempre se reformando” deve ser sempre lembrada
e praticada. Deveríamos hesitar em abolir ensinos que não se respaldam na
Revelação?
Não
há erro quando alguém obriga a si próprio a não comer carne, ou guardar
determinados dias, ou se abster de algo, ou colocar sobre si qualquer outra
obrigação sobre a qual não há mandamento bíblico (Rm 14.2-6). Porém, o erro
passa a existir quando pretendemos impor a outra pessoa exigências que a
Bíblia não impôs. Pretendo demonstrar a seguir que o dízimo, conforme
tradicionalmente ensinado e praticado nas igrejas evangélicas, enquadra-se
nesta definição.
Um
histórico da prática do dízimo
A
igreja pós-apostólica viveu a tensão entre a prática do dízimo e a afirmação
paulina de que Cristo nos libertou da lei (Gl 5.1). Nos séculos 5 e 6,
encontramos a prática do dízimo bem estabelecida nas áreas antigas da
cristandade do ocidente.
No
século 8 os soberanos carolíngeos tornaram o dízimo eclesiástico parte da lei
secular. Já no século 12, os monges que antes tinham sido proibidos de receber
dízimos, sendo obrigados a pagá-los, obtiveram certa medida de liberdade ao
obterem permissão para receber dízimos e, ao mesmo tempo, tendo isenção do
pagamento deles.
Controvérsias
sobre dízimos sempre surgiram quando pessoas procuravam evitar o pagamento, ao
passo que outras tentavam apropriar para si as rendas dos dízimos. Os dízimos
medievais eram divididos em prediais, cobrados sobre os frutos da terra;
pessoais, cobrados dos salários da mão-de-obra; e mistos,
cobrados da produção dos animais.
Esses
dízimos eram subdivididos, ainda, em grandes, derivados de trigo, feno e
lenha, pagáveis ao reitor ou sacerdote responsável pela paróquia; e pequenos,
dentre todos os demais dízimos prediais, mais os dízimos mistos e pessoais,
pagáveis ao vigário. Na Inglaterra, especialmente por volta dos séculos 16 e
17, a questão dos dízimos foi uma fonte de conflito intenso, visto que a Igreja
Estatal dependia dos dízimos para sua sobrevivência.
Implicações
sociais, políticas e econômicas eram consideráveis nas tentativas do arcebispo
Laud de aumentar o pagamento dos dízimos, antes de 1640. Os puritanos ingleses
e outros queriam a abolição dos dízimos, substituindo-os por contribuições
voluntárias para sustentar os clérigos. Mas a questão dos dízimos despertou
paixões ferozes e amarguras, notáveis dentre todas as questões associadas com a
guerra civil inglesa. Depois da guerra, o dízimo obrigatório sobreviveu na
Inglaterra até o século 20.
O texto clássico
Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e
dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois
amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os
dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me
nisto, diz o SENHOR dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não
derramar sobre vós bênção sem medida.
Ml 3.8-10
Este
é o texto clássico usado para ensinar aos membros da igreja a prática do
dízimo, isto é, a entrega à igreja de 10% do salário bruto mensal. É
concordância generalizada entre os evangélicos que o dízimo não é dado, mas sim
“devolvido” a Deus. Não poucos testemunhos confirmam que dar o dízimo acarreta
bênção e o contrário traz maldição:
“Temos
um colega que recebeu uma carta de uma senhora que foi membro de sua Igreja e
ele chorou amargamente ao ler aquela carta, porque aquela senhora dizia o
seguinte: Pastor, eu lhe agradeço por tudo quanto o senhor me fez durante o
tempo em que fui membro da sua Igreja. Mas eu fui obrigada a me mudar dessa
localidade e fui freqüentar outra Igreja. O senhor nunca me falou a respeito do
dízimo. O outro pastor me ensinou a ser dizimista, e Deus me abriu as janelas
dos céus e me tem dado tantas e tão grandes bênçãos que eu lamento ter perdido
doze anos na sua Igreja recebendo maldição, quando Deus tinha uma bênção sem
medida para mim, se eu fosse fiel. Um pastor que recebe uma carta assim só pode
chorar.
Testemunhos
dessa natureza prendem a atenção dos ouvintes e são usados para confirmar a
veracidade do ensino a respeito do dízimo. É difícil discordar de algo que
produz resultados como este:
“Certo
dia, quando recolhíamos os dízimos eu li este versículo. Estava presente um
engenheiro que, tendo sido muito rico, perdera tudo em poucas semanas, e quando
eu li este versículo ele compreendeu que isto tinha acontecido na sua vida, e,
naquela hora, prometeu a Deus que ia ser fiel na entrega dos dízimos. O que
Deus fez e está fazendo na vida daquele homem é simplesmente espantoso. Um ano
depois este engenheiro era presbítero da minha Igreja e podia dizer: Hoje eu sou
muito mais rico do que era quando Deus assoprou minha riqueza porque Ele já me
devolveu em dobro o que assoprou. Este homem tem sido uma bênção na Igreja e no
seu trabalho.
Doutrina,
por mais atrativa que seja, não pode
ter sua autoridade respaldada pela experiência. O texto sagrado deve ser o único
pilar sobre o qual se assenta o ensino.
Qualquer
outro alicerce deve ser considerado supérfluo e indesejável. Sabemos também que
a doutrina não pode ser baseada num único texto. É necessário que haja uma concordância
com outras partes do Livro Santo. Examinemos se o dízimo, tal como é ensinado
acima, confirma-se à luz das Escrituras. (Após a leitura deste artigo,
leia atentamente a exegese do livro de Malaquias no “Anexo 1”).
O Novo Testamento ensina a prática do dízimo?
Uma
primeira constatação é que não há,
no Novo Testamento, nenhum parâmetro mínimo estipulado para a contribuição. O
apóstolo Paulo organizou uma grande coleta para os necessitados da Judéia. As
duas epístolas aos Coríntios trazem referência a esta coleta:
“Quanto
à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia.
No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a
sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for.” 1 Co 16.1-2
Nos
capítulos 8 e 9 de 2 Coríntios, Paulo desenvolve seu ensino acerca das
contribuições. Estes textos se referem à alegria da contribuição, à
generosidade, à liberalidade, à presteza em ofertar:
“E
isto afirmo, aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com
fartura com abundância também ceifará. (9.6)
... porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância
de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da
sua generosidade. (8.2) Pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de
participarem da assistência aos santos. (8.4) ... assim, como
revelastes prontidão no querer, assim a leveis a termo, segundo as
vossas posses. (8.11) porque bem reconheço a vossa presteza,
da qual me glorio...” ( 9.2)
Não vemos nenhuma referência a uma contribuição
mínima que é obrigatória – o dízimo – e a
partir daí, ofertas voluntárias. Ao contrário, o ensino de Paulo, é que se a
contribuição não for voluntária, não deve ser dada:
“Não
vos falo na forma de mandamento,
mas para provar, pela diligência de outros, a sinceridade do vosso amor; (8.8) Porque, se há boa vontade, será
aceita conforme o que o homem tem e não segundo o que ele não tem. (8.12) Cada
um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por
necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. (9.7) Ainda que eu
distribua todos os meus bens entre os pobres (...) se não tiver amor, nada
disso me aproveitará.” (1 Co 13.3).
Ofertas voluntárias são o método de contribuição do Novo Testamento:
“E
sabeis também vós, ó filipenses, que, no início do evangelho, quando parti da
Macedônia, nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber,
senão unicamente vós outros; porque até para Tessalônica mandastes não
somente uma vez, mas duas, o bastante para as minhas necessidades. Não que
eu procure o donativo, mas o que realmente me interessa é o fruto que
aumente o vosso crédito. Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde
que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave,
como sacrifício aceitável e aprazível a Deus.” (Fp 4.15-18)
Paulo
usa a figura dos sacrifícios vetero-testamentários com relação às ofertas:
as ofertas dos filipenses foram, diante de Deus, “como aroma suave, como
sacrifício aceitável e aprazível a Deus”. Mas aquele que está sendo
instruído na palavra faça participante de todas as cousas boas aquele que o
instrui (Gl 6.6). Paulo, aqui, faz referência à obrigação de dar
sustento àqueles que se afadigam no ensino da Palavra. Ensino repetido em 2
Tessalonicenses 5.12:
“Agora,
vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que
vos presidem no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima
consideração, por causa do trabalho que realizam.”
E
mais detalhado em 1 Coríntios 9:
“Não
temos nós o direito de comer e beber? (v
4) Ou somente eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar? (v
6 – Paulo refere-se ao trabalho secular). Se nós vos semeamos as cousas
espirituais, será muito recolhermos de vós bens materiais? (v 11) Não
sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam?
E que serve ao altar do altar tira o seu sustento? (v 13).
A
referência aqui é a Dt 18.1, que permite aos levitas comer partes dos
sacrifícios oferecidos no Templo. De fato, existe o direito bíblico (do qual
Paulo abriu mão, pelo menos com relação aos coríntios – 1 Co 9.15 – e aos
tessalonicenses – 1 Ts 2.7,9; 2 Ts 3.8-9) de os pregadores pastores - mestres
serem sustentados pelas suas congregações:
“Assim
ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho. (v 14)...” Porém não há referência a dízimos.
Algumas outras citações, entre muitas:
“...
compartilhai as necessidades dos santos. (Rm 12.13)... façamos o bem a todos, mas
principalmente aos da família da fé. (Gl 6.10) Aquele que furtava não
furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para
que tenha com que acudir ao necessitado. (Ef 4.28) Exorta aos ricos
do presente século ... que ... sejam ... generosos em dar e prontos a
repartir” (1 Tm 6.17,18).
Note-se
o ensino consistente e positivo do Novo Testamento a respeito da generosidade,
da liberalidade, da prontidão em repartir. A contrapartida negativa temos nas
muitas advertências a respeito da avareza:
“O
que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados
do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera”
(Mt 13.22). Tende cuidado e guardai-vos
de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na
abundância dos bens que ele possui. (Lc 12.15) Sabei, pois, isto: nenhum
... avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. (Ef
5.5) Porque nada temos trazido para o mundo, nem cousa alguma podemos levar
dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que
querem ficar ricos caem em tentação e cilada, e em muitas concupiscências
insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque
o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se
desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. 1 Tm 6.7-10
Seja a vossa vida sem avareza.” (Hb 13.5)
Esta
é a doutrina. Isso é o que devemos ensinar. O que passar disso pode ser
considerado ensino bíblico?
Jesus ensinou a prática do dízimo?
Argumenta-se
que Jesus ensinou que devemos dar o dízimo em Mateus 23.23:
“Ai
de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do
endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da lei:
a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas cousas, sem
omitir aquelas!”
Note-se:
obedecer os preceitos mais importantes da lei, sem omitir o dízimo da hortelã,
do endro e do cominho, é o que Jesus afirma.
De
fato, esta afirmação de Jesus nos remete à discussão sobre a Lei e a Graça, o
Velho e o Novo Testamento, a Antiga e a Nova Aliança.
Não
ignoramos a profecia de Jeremias:
“Eis
aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a casa de
Israel e com a casa de Judá... (31.31). Esta profecia foi lembrada pelo
autor de Hebreus que ensina a respeito de Jesus como Mediador de superior
aliança instituída com base em superiores promessas (8.6), e completa: Quando
ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e
envelhecido está prestes a desaparecer (8.13). Paulo afirma o mesmo
com outras palavras: De maneira que a lei nos serviu de aio para nos
conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. Mas, tendo
vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio” (Gl 3.24-25).
Sabemos
que há dois testamentos, duas alianças – uma antiga, que já passou, e uma nova,
que vigora.
Mas, quando começou
a vigorar a nova aliança, o novo testamento?
Hebreus
responde:
“Porque,
onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador; pois um
testamento só é confirmado no caso de mortos; visto que de maneira nenhuma tem
força de lei enquanto vive o testador. (Hb 9.16-17) Oh! que significado tem
as palavras de Jesus na última ceia: porque isto é o meu sangue, o sangue da
nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.” (Mt
26.28).
Vemos,
assim, que os evangelhos retratam acontecimentos da antiga aliança. Poderíamos
dizer que o Antigo Testamento se estende até Mateus 27.50 quando “Jesus,
clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito.”
Dessa forma, podemos entender muitas passagens do NT:
Em
Lc 1.15 o anjo Gabriel consagra João Batista ao nazireado, conforme Nm 6.3.
Em
Lucas 2.21 Jesus é circuncidado obedecendo o disposto em Levítico 12.3;
Em
Lucas 2.22 Maria se purifica conforme estabelecido em Levítico 12.4;
Em
Lucas 2.23 os pais de Jesus oferecem o sacrifício prescrito em Levítico 12.6-8;
Em
Mateus 8.4 Jesus manda um leproso fazer o sacrifício prescrito em Levítico 14;
Em
Lucas 19.8 Zaqueu se submete duplamente à pena estabelecida em Êxodo 22.9;
Em
Mateus 17.24 Jesus paga o imposto estipulado em Êxodo 30.11-16
Em
Mateus 26.17 Jesus e os discípulos cumprem o requerido em Êxodo 12.1-27.
Entendemos,
então, que enquanto Jesus vivia, a Lei Mosaica estava em vigor. Como entender
Mt 8.4, onde Jesus ordena a apresentação de um sacrifício de animal ao que
havia sido curado de lepra? É necessário que façamos isto hoje? Evidentemente
que não. Da mesma forma, quando, em Mt 23.23, Jesus ordena aos fariseus que
dêem o dízimo do cominho, da hortelã e do endro, devemos entender que eles
estavam debaixo da mesma aliança mosaica que obrigou o leproso a cumprir o
ritual de Levítico 14. Há, portanto, nos relatos dos evangelhos, um
aspecto de transição entre o que é e o que há de vir. Por isso é
preciso cuidado para não impor sobre o Novo Israel prescrições relativas ao
Antigo Israel. Pois não estais debaixo da lei e sim da graça (Rm 6.14).
O dízimo está acima da Lei?
Existe
uma passagem em Gênesis 14.20 – E de tudo lhe deu Abrão o dízimo – que é
usada para defender a prática do dízimo como supra-legal, ou seja, acima da
lei. Eis o argumento: Abrão deu o dízimo a Melquisedeque, rei de Salém, antes da Lei ser estabelecida. Logo o
dízimo é antes da Lei. Portanto o dízimo
perdura após o fim da Lei.
Tomemos
outra passagem para testar a validade da argumentação acima – Gn 17.10:
“Esta
é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós e a tua descendência: todo
macho entre vós será circuncidado.” Em
Gn 17.23-27 vemos Abraão circuncidando-se a si, a Ismael, e a todos os homens
de sua casa. Argumentemos: Abrão circuncidou-se antes da Lei ser estabelecida.
Logo a circuncisão é antes da Lei. Portanto a circuncisão perdura após o fim da
Lei.
Temos,
assim, verificado que se este argumento é procedente para validar o dízimo, é
da mesma forma procedente para justificar a prática da circuncisão.
Uma
preciosa norma de interpretação afirma que um texto descritivo pode ilustrar
uma doutrina, porém não pode ser base de doutrina.
Porém
é freqüente cair neste erro. Toda a doutrina pentecostal do batismo com o
Espírito Santo esta assentada sobre o livro de Atos – descritivo por
excelência. Usando textos descritivos grupos sectaristas ensinam, por exemplo:
·
o lava-pés (Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos
lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros – Jo 13.14);
·
que a Ceia deve ser
celebrada com pão asmo (cf. Mt 26.17-19; Ex 12.1-27 – porém esquecem que Jesus
usou também vinho e não o suco de uva que a maioria das igrejas usa
atualmente);
·
que o batismo só é
válido quando feito em rio – “rios de águas correntes” é a expressão usada (Mt
3.6).
Kenneth
Hagin, o fundador da “teologia” da prosperidade erige um verdadeiro arranha-céu
doutrinário sobre uma única afirmação de Jesus: “Por isso, vos digo que tudo
quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco” (Mc
11.24).
Portanto,
se é correto que não se pode basear doutrina sobre texto descritivo, tanto Mt
23.23 quanto Gn 14.20 ficam invalidados para se justificar a prática atual do
dízimo.
(Para
maiores detalhes, leia o “Anexo 2” logo no final deste artigo que aborda sobre
Abraão e Jacó darem o dízimo.)
O Dízimo e a Lei Mosaica
Trazei
todos os dízimos... (Ml 3.10).
Nenhum
profeta do Antigo Testamento criou doutrina nova. A síntese do que diziam pode
ser resumida na seguinte sentença: Voltem para a Lei. Em outras palavras:
lembrem-se do que Moisés vos prescreveu. De modo que, se queremos saber mais a
respeito do dízimo devemos nos voltar para suas prescrições no Pentateuco. E é
aí que encontraremos algumas surpresas:
- Em Lv 27.30-33 aprendemos que os dízimos são Santos
ao SENHOR.
- Em Nm 18.21ss aprendemos que os dízimos são
“herança dos Levitas”.
-
Porém, em Dt 12.5ss e 14.22ss aprendemos a respeito da dinâmica da
entrega dos dízimos: eles eram comidos e
bebidos pelo próprio ofertante e sua família no Templo, diante do SENHOR,
numa celebração alegre e festiva: A esse lugar [o Templo] fareis
chegar os vossos ... dízimos... Lá comereis perante o SENHOR, vosso Deus, e vos
alegrareis... (12.6,7) Se o caminho até o Templo fosse longo, o israelita
poderia vender o seu dízimo e, chegando a Jerusalém, comprar tudo o que
deseja a tua alma: vacas, ovelhas, vinho ou bebida forte, ou qualquer cousa que
te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR, teu Deus, e te alegrarás, tu
e a tua casa. (14.26).
Repetidamente
há a recomendação de não desamparar o levita (12.12, 18, 19; 14.27). E,
finalmente, no capítulo 14 uma ordem especial:
“Ao
fim de cada três anos, tirarás todos os dízimos do fruto do terceiro ano e os
recolherás na tua cidade. Então, virão o levita (pois não tem parte nem herança
contigo), o estrangeiro, o órfão e a viúva que estão dentro da tua cidade, e
comerão, e se fartarão, para que o SENHOR, teu Deus, te abençoe em todas as
obras que as tuas mãos fizerem. (v
28-29)
Portanto
vemos claramente que somente de 3 em 3
anos o dízimo era entregue integralmente aos levitas. Nos anos
restantes ele era consumido alegremente “perante o SENHOR” pelo próprio
ofertante, por sua família e por muitos convidados, num grande banquete. Em Ne
13.10-12, vemos a restauração da prática do dízimo no Judá pós exílio.
Ali
está a referência aos “depósitos” onde eram armazenados os dízimos. A que
prática, olvidada pelo povo, Malaquias estava se referindo? A tudo o que
acabamos de descrever do livro de Deuteronômio. Portanto, se quisermos usar o
profeta para restaurar a prática do dízimo, não podemos omitir os textos
Mosaicos a que ele está se referindo, pois uma boa norma de hermenêutica diz
que um texto não pode significar para nós o que não significou para os seus
destinatários originais.
(Para
maiores detalhes, leia o “Anexo 3” que aborda como era o dízimo no Antigo
Testamento, logo no final deste artigo.)
O Dízimo e os Profetas
A
esta altura uma pergunta se faz necessária: é correto que um texto do Antigo
Testamento de modo geral ou um texto de alguns dos profetas seja usado como
base para se ensinar a prática ou a abstenção de algum preceito? Alguns
respondem que sim, desde que se trate da lei moral, a qual continuamos
obrigados a cumprir e não da lei cerimonial essa sim, revogada. Mas, como fazer
tal distinção?
Exemplifiquemos
com o conhecido texto do profeta Isaías (capítulo 58) sobre o jejum aceitável a
Deus:
“Seria
este o jejum que escolhi, que o homem um dia aflija a sua alma, incline a sua
cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco e cinza? ...
Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da
impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e
despedaces todo jugo?
É
moral ou cerimonial o que escreve o profeta? E o final do discurso quando
Isaías afirma:
Se
desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no
meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do SENHOR, digno de
honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua
própria vontade, nemfalando palavras vãs, então, te deleitarás no SENHOR. Eu te
farei cavalgar sobre os altos da terra e te sustentarei com a herança de Jacó,
teu pai, porque a boca do SENHOR o disse.”
Guardar
o sábado é moral ou cerimonial? Freqüentemente aquilo que parece cerimonial
está inextrincavelmente ligado ao que, sem dúvida, é moral. Não comereis
cousa alguma com sangue, não agourareis, nem adivinhareis. Não cortareis o
cabelo em redondo, nem danificareis as extremidades da barba (Lv 19.26). Não
contaminarás a tua filha, fazendo-a prostituir-se... guardareis os meus
sábados... não vos voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos.
Lemos,
também, que Deus quis matar Moisés porque este não havia circuncidado seus
filhos (Ex 4.24-26) e que a pena de morte era prescrita para quem não guardasse
o sábado (Ex 31.14-15). Para o judeu comer comida kosher (pura), guardar
o sábado, circuncidar a si e seus filhos e usar barba era tão moral quanto não
consultar necromantes ou adivinhos e não prostituir sua filha.
Portanto,
como justificar que usar Malaquias 3.10 para se requerer a prática do dízimo é
legítimo e não é legítimo usar Isaías 58.13 para se exigir a guarda do sábado?
Por
que critério Malaquias 3.10 é atual e não Malaquias 4.4?
“Lembrai-vos da lei de Moisés,
meu servo, a qual lhe prescrevi em Horebe para todo o Israel, a saber,
estatutos e juízos.” E, se Malaquias 3.10 continua vigorando, onde o Livro
Santo nos autorizou a alterar a prática do dízimo conforme prescrita pela lei
de Moisés?
Calvino e a mordomia
Calvino,
nos Comentários aos Cinco Livros de Moisés, nos trechos referentes às
primícias, aos dízimos e às oferendas escreve que estas prescrições têm um
significado espiritual. Assim, comentando a exigência do imposto do templo (Ex
30.16) ele escreve:
Deus os taxou todos a uma e a mesma soma, a fim de que, desde o maior até o menor, cada qual, qualquer que fosse o seu estado ou qualidade, reconhecesse que Lhe pertencia inteira e totalmente. E não é de maravilhar, visto que era esse (como se diz) um direito pessoal e as faculdades não se creditam a que o rico, de fato, contribuísse mais do que o pobre, mas antes, que o tributo era pago igualmente pessoa por pessoa. Comentando o texto de Mt 17.24 ele acrescenta: Sabemos que a Lei lhes impunha pagar cada um anualmente meio estáter e que Deus, que os havia resgatado, era para eles o Rei Soberano. Ou seja, para Calvino, este imposto simboliza a redenção que Jesus efetua em favor de cada pessoa do seu povo. Da mesma forma, comentando sobre as primícias, “Calvino afirma que São Paulo mostra que se a oferta das primícias, como rito, foi abolida, guarda-nos, todavia, o significado espiritual.”[6] Sem a cerimônia, permanece ainda a verdadeira observância, quando nos exorta ele a glorificar o nome de Deus, até mesmo no beber e no comer (1 Co 10.31)
Comentando
o voto de Jacó em Gn 28.22 (E, de tudo quanto me concederes, certamente eu
te darei o dízimo), Calvino escreve: Os atos externos não caracterizam
os verdadeiros servidores de Deus, são apenas subsídios de piedade.
Comentando
2 Co 8.8, o reformador escreve: Verdade é que, por toda parte, ordena Deus
que acorramos a ajudar os irmãos em suas necessidades; mas, verdade é também
que nenhuma passagem há em que nos defina a soma, quanto lhes devemos dar,
a fim de que, feita estimativa de nossos bens, repartamo-los entre nós e os
pobres; nem, de maneira semelhante, onde nos obriga a certas circunstâncias,
nem de tempo, nem de pessoa, nem de lugar, mas à regrada caridade nos conduz.
No
entanto, Calvino não deixa de enfatizar aquilo que já vimos: o ensino a
respeito da generosidade e a precaução contra a avareza:
A
vontade liberal é agradável a Deus tanto do pobre quanto do rico... verdade é
que é bem certo que devemos a Deus não apenas uma parte, mas, afinal, tudo o
que somos e tudo o que temos. Entretanto, segundo Sua benevolência, até esse
ponto nos poupa, que Se contenta desta comunicação que o Apóstolo aqui
ordena. O que, pois, ensina ele aqui é um relaxamento, por assim dizer, daquilo
a que somos obrigados no rigor do direito. Contudo nosso dever é estimular-nos
a nós mesmos a darmos com freqüência. Não há temer que sejamos
exageradamente descomedidos neste aspecto, pelo contrário, há é o perigo de
sermos demasiado sovinas.[10] Ainda
comentando 2 Co 8.8, Calvino acrescenta: Ora, esta doutrina é necessária
contra um bando de visionários que pensam que nada havemos feito, se não nos
despojamos inteiramente para termos tudo em comum. Na verdade, tanto fazem por
sua fantasia, que ninguém pode dar ajuda em boa consciência. Eis porque é
preciso observar-se diligentemente a moderação de São Paulo, a saber, que nossa
ajuda seja agradável a Deus, quando de nossa abundância acorremos à necessidade
dos irmãos, não de tal maneira que tenham a ponto de regurgitarem, enquanto nós
ficamos na condição de necessitados, mas antes, que do nosso distribuamos
segundo o permite nossa própria capacidade, e com alegria de coração e ânimo
disposto.[11]
Conclusão
Tudo
aquilo que é extrabíblico é, na verdade, anti-bíblico.
Qualquer imposição que se revele sem raízes nas Escrituras deve ser considerada falsa e perigosa, mesmo que tenha sido instituída com propósitos elevados.
Qualquer imposição que se revele sem raízes nas Escrituras deve ser considerada falsa e perigosa, mesmo que tenha sido instituída com propósitos elevados.
O
dízimo tradicionalmente praticado pelos evangélicos é bíblico?
Se
não for, não pode ser legitimamente exigido de nenhum membro. Já se afirmou que
se o dízimo for extinto a igreja perderá o seu sustento.
Ora,
este não é um argumento bíblico.
Respondemos
que a doutrina bíblica nunca prejudicará a vida da igreja e que a verdade
jamais será perniciosa; pelo contrário, se tivermos a determinação de ensinar
que os membros são livres para dar ou não dar, que não há patamar mínimo
exigido, que Deus ama a quem dá com alegria, que devemos ser generosos, guardar-nos
da avareza, ser prontos em repartir, acumular tesouros no céu... Deus
responderá derramando sobre a Sua igreja bênçãos sem medida.
Autor: Túlio Cesar Costa Leite – Presbítero da Igreja Reformada Presbiteriana em Maricá
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Anexo 1
Exegese
do antigo testamento Malaquias 3:10
Autor:
Marcelo Siqueira Barreiros
Introdução:
Criar
uma nova doutrina bíblica utilizando textos fora do contexto é muito fácil. Se
tomarmos, por exemplo, Atos 16:30 e 31 isoladamente, poderemos ensinar que
basta um dos membros de uma determinada família se converter para que todos os
demais estejam salvos, afinal não é isto que Paulo está dizendo? Crê (Crê tu ...
Paulo não está dizendo creiam vocês. Ou crede vós) no Senhor Jesus Cristo, e
serás salvo, tu e a tua casa.
Que
alívio não traria esta doce mensagem ao coração amargurado de uma mãe que há
mais de 10 anos vem orando pela conversão de um filho desviado! Agora ela está
feliz, pois basta que ela, somente ela, creia e aceite a Jesus como seu
Salvador pessoal e automaticamente todos da sua casa estarão igualmente salvos.
Certo ou errado? Que erros grosseiros foram praticados no exemplo acima?
a)
A doutrina de salvação não pode ser ensinada tendo por base um só versículo
bíblico. (Nenhuma doutrina pode ser consolidada desta forma).
b)
Todos os demais versos bíblicos que falam sobre o mesmo tema (salvação) devem
ter coerência entre si.
c)
Deve-se conhecer o contexto do texto antes de se criar um pretexto. É
exatamente isto que acontece com o famoso texto de Malaquias 3:8-10:
“Roubará
o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos
dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, por que me roubais,
vós a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja
mantimento na minha casa e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos
Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma
bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.”
Talvez seja este o texto mais distorcido da Bíblia. Embora quase que universalmente aceito, contém
muitos erros de interpretação.
Vejamos:
DÍZIMO É LEI CERIMONIAL
O
povo de Israel era governado por vários tipos de leis:
Lei Moral : Proibido matar, roubar, adulterar (Êxodo 20)
Lei
de Saúde : Proibido comer carne com sangue (Levítico 17)
Lei
Social : Proibido colher bagos caídos. Deixar para os pobres (Levítico 19: 9,10)
Lei
Civil : Permitido repudiar uma esposa estrangeira (Deut 21:10-14)
Lei
Cerimonial : Regulamentava toda a prática do culto e da adoração. (Levítico 16)
Depois
de analisar cuidadosamente os tipos de lei acima, pare, reflita e responda,
sinceramente. A que lei pertencia a instrução do dízimo? À lei de saúde? À lei
social? À lei civil?
Óbvio que não! O dízimo se enquadra unicamente na lei cerimonial.
A lei que caducou na cruz.
A
lei que não tem mais nenhuma validade para todos nós que vivemos sob o novo
concerto, pois mandamentos cerimoniais são para os judeus do velho testamento.
Tome
cada passagem bíblica sobre dízimo e observe que os contextos sempre contêm
instruções cerimoniais. Agregados aos dízimos lá estão as ofertas alçadas, os
bodes, os sacerdotes, os levitas, o templo, etc.
Mas, alguém poderia argumentar que o termo “roubará o homem a Deus” faz Malaquias 3:8-10 se enquadrar no oitavo mandamento da lei moral, “não furtarás“.
Entretanto,
cada vez que um judeu quebrava algum mandamento cerimonial também pecava contra
a lei moral. A ligação é intrínseca. Veja alguns exemplos:
a)
Se um sacerdote rapasse os cantos da barba ou fizesse incisões no corpo estaria
pecando contra a lei cerimonial pois eles deveriam ser santos ao Senhor e não
profanar o Seu nome (Levítico 21:5). Estaria também automaticamente pecando
contra a lei moral, terceiro mandamento, „não tomarás o nome do Senhor teu Deus
em vão“ (Êxodo 20:7)
b)
Se a filha de um sacerdote se casasse com um estrangeiro e comesse das ofertas
das coisas sagradas estaria pecando contra a lei cerimonial (Levítico 22:12 em
ligação com Malaquias 2:11)) e ao mesmo tempo pecando também contra o quinto
mandamento da lei moral, “honra a teu pai e a tua mãe para que se prolonguem os
teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá” (Êxodo 20:12) Não era esta
desobediência um vexame e uma desonra para um pai sacerdote, líder religioso
dos judeus?
c)
Se um judeu, ao invés de sacrificar animais ao Senhor erigisse um altar a Baal,
estaria pecando contra a lei cerimonial e a lei moral. Os animais da lei
cerimonial sacrificados a um outro deus implicaria também em pecado contra o
primeiro mandamento da lei moral que diz “Não terás outros deuses diante de
mim”. (Êxodo 20:7).
d)
Se um israelita furtasse alguma coisa de alguém que já tivesse morrido e não
encontrasse um parente próximo para pagar uma compensação estaria sob o rigor
da lei cerimonial. Deveria fazer plena restituição com acréscimo de vinte por
cento diretamente ao sacerdote trazendo um carneiro para fazer expiação deste
pecado. (Números 5:6-8). Um procedimento cerimonial para um pecado contra o
oitavo mandamento da lei moral: “Não furtarás”. (Êxodo 20:15)
e)
Quando um judeu cometia um homicídio culposo pecava contra o sexto mandamento
da lei moral que diz “não matarás”. Mas tinha que cumprir um ritual do código
civil fugindo para alguma cidade de refúgio onde o vingador do sangue não o
poderia atacar. Os vários tipos de leis interligados.
f)
Quando uma mulher casada adulterava ou estava sob suspeita de adultério (pecado
contra a lei moral) o marido a trazia ao sacerdote para um longo ritual. (lei
cerimonial). Oferta de farinha de cevada, oferta de cereais de ciúmes, água
santa num vaso de barro misturada com pó do chão do tabernáculo. A mulher então
soltava o cabelo, punha a mão sobre a farinha e bebia a água amarga fazendo
juramentos perante o Senhor. (Levítico 5:11 a 31 principalmente o verso 29).
Novamente
a lei moral e a lei cerimonial andando juntas até a cruz.
Quando
Jesus morreu no calvário o véu do Templo se rasgou de cima em baixo. Neste
instante a lei cerimonial foi cravada na cruz. Caducava o velho concerto.
Daquele momento em diante todos os crentes passariam a viver sob a nova
aliança.
Dízimo é lei cerimonial, tema do velho concerto.
Você conhece algum
texto bíblico que instrua o povo de Deus a pagar dízimos após a ressurreição de
Cristo?
Tome
sua Bíblia e leia atentamente os três primeiros capítulos de Malaquias e veja
que o contexto inteiro está fundamentado na lei cerimonial:
CAPÍTULO 1 VERSO 7: Pães imundos sobre o altar.
CAPÍTULO
1 VERSO 8: Animais cegos, coxos e doentes sobre o altar.
CAPÍTULO
1 VERSO 10: Fogo debalde no altar do Senhor.
CAPITULO
1 VERSO 11: Incenso e oblação pura.
CAPÍTULO
1 VERSO 12: Mesa impura e comida desprezível.
CAPÍTULO
2 VERSO 3: Esterco do sacrifício.
CAPÍTULO
2 VERSOS 4 e 8: Aliança com Levi.
CAPÍTULO
2 VERSO 13: Altar do Senhor com lágrimas e choro.
CAPÍTULO
3 VERSO 4: Ofertas de Judá como nos dias antigos.
CAPÍTULO
3 VERSO 8: Dízimos e ofertas alçadas.
CAPÍTULO
3 VERSO 14: Andar em luto.
Como
podemos agora tomar o texto de Malaquias, extrair a porção contida nos versos
8-10 do capítulo 3 e fazer uma aplicação de roubo de dinheiro para os cristãos
de nossa época?
Os ladrões do livro de Malaquias são outros e eles
não estão roubando dinheiro!
MALAQUIAS 3:8-10 NÃO É PARA VOCÊ!
O
leitor atento notará que Malaquias 3:8-10 pertence a um grande texto com início
no capítulo 2 verso 1 estendendo-se até o verso 18 do capítulo 3. (Faz-se
necessário ler todo o texto para se captar o contexto).
Atente para o primeiro verso do capítulo 2. Para quem é a dura mensagem? Para os sacerdotes, é claro! “Agora, ó sacerdotes, este mandamento é para vós”. A mensagem é para os sacerdotes e não para nós. Eles é que estavam roubando a Deus, e ainda eram bem hipócritas. Veja as ligações do contexto:
a)
Em que nos amaste? (1:1)
b)
Em que desprezamos? (1:6)
c)
Em que te havemos profanado? (1:7)
d)
Em que o enfadamos? (2:17)
e)
Em que havemos de tornar? (3:7)
f)
Em que te roubamos? (3:8)
Mesmo
o trecho “vós a nação toda” (Mal. 3:9) é dirigida a eles. É uma
hipérbole, uma figura de linguagem que Malaquias usou querendo dizer: “Tá todo mundo roubando”.
Entretanto,
mesmo que toda a nação estivesse roubando a Deus, a responsabilidade ainda era dos sacerdotes conforme declarado no verso
8 do capítulo 2: “Mas vós vos desviastes do caminho, a muitos fizestes
tropeçar na lei.”
A Bíblia contém mensagens específicas para
determinadas pessoas. Não podemos tomá-las e sair por aí aplicando-as às nossas
vidas.
Imaginemos
um cristão sincero chegando em casa aflito depois de um sermão. Então,
veementemente, conclama a esposa e aos filhos para arrumarem as malas pois
terão que mudar daquela casa, daquele bairro, daquela cidade já! Para onde
irão? Para onde Deus mostrar! Por quê? Ordem bíblica: “Sai da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a
terra que eu te mostrarei” (Gênesis 12:1). Isto não seria uma loucura?
É bom que fique bem claro que esta ordem foi dada por Deus especificamente ao
patriarca Abraão. Ele deveria se mudar de casa, de cidade, de país. Ele e não
nós.
Se
aplicarmos o mesmo raciocínio para a ordem que Deus deu a Moisés logo, logo
veremos alguns cristãos loucos conversando com pedras pois Deus lhe disse:
“Fala à Rocha” (Números 20:8).
É
para nós este mandamento? Devemos sair por aí dialogando com os rochedos? Ou
deveria alguém começar a construir uma arca só porque a Bíblia ordenou a Noé “Faze
para ti uma arca de madeira” (Gênesis 6:14)?
Quando Deus fala com Abraão é com Abraão. Quando Ele fala com Moisés é com Moisés. Com Noé, Noé. Com sacerdotes, sacerdotes. É claro que a Bíblia está repleta de grandes conselhos que podemos e devemos tomar para nós, mas precisamos submetê-los aos princípios hermenêuticos adequados.
Dizer que Malaquias 3:8-10 é uma mensagem para os
cristãos do século XXI é uma fraude exegética.
Deus estava dizendo que os judeus do velho concerto eram ladrões! Mas afinal, o
que eles estavam roubando?
OS DÍZIMOS DE MALAQUIAS SÃO ALIMENTOS
O dízimo citado em
Malaquias 3:8-10 não é dinheiro.
É alimento. Em coerência com todos os demais textos bíblicos sobre o assunto,
dízimo aqui é MANTIMENTO.
O
povo trazia animais perfeitos para a casa do tesouro e, provavelmente os
sacerdotes corruptos estivessem roubando os animais sãos e oferecendo em seu
lugar animais defeituosos. Malaquias afirma categoricamente que os animais eram
roubados! (Mal. 1:8 e 13).
Como
o dízimo tinha três utilidades básicas: ser consumido pelo próprio dizimista
perante o Senhor (Deut. 14:23), sustentar o clero (Num. 18:24) e socorrer os
necessitados (Deut. 14:28,29), todos saíam perdendo. Os sacerdotes estavam
roubando a adoração à Deus. Impediam ao povo cultuar a Deus conforme as
instruções contidas na Lei de Moisés . Eles estavam roubando a glória de Deus.
(Mal.2:7-9).
O ritual dos dízimos estava diretamente ligado à liturgia, aos procedimentos de culto e à adoração. No momento em que os sacerdotes desqualificaram o culto, eles e a nação toda mergulharam no obscurantismo religioso. Sem luz os outros pecados eram uma questão de tempo. Desonestidade (2:10); hipocrisia (2:13); adultério (2:14,15 e 16); roubo (1:13).
Advertências ao clero aparecem em outros trechos da Bíblia. Em Ezequiel 34:1-10 lemos: “Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel... Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos. Não apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis a gordura e vestis-vos de lã. Degolais o cevado, mas não apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, a doente não curastes... a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes, mas dominais sobre elas com rigor e dureza... As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes... Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor...”
Precisamos compreender que o clero corrupto sempre existiu! As mais duras mensagens da Bíblia são para eles e não para nós. Até o texto de Apocalipse 3:14-22 é mal interpretado. O endereçamento da advertência é claro: "Ao anjo da igreja de Laodicéia". Ao anjo da igreja. Aos administradores da igreja de Laodicéia.
Tome uma Bíblia na linguagem de hoje e confira.
A
Bíblia Viva traz: “Ao líder da igreja de Laodicéia”. Portanto,
especialmente os líderes religiosos correm o risco de serem vomitados da boca
do Senhor. Eles são os principais mornos. São eles os grandes “nem quentes e
nem frios”. Os “coitados, miseráveis, pobres, cegos e nus”. Precisam
urgentemente comprar ouro puro, vestes brancas e colírio. Mas, infelizmente
suas atitudes são do tipo “rico somos e estamos enriquecidos, e de nada temos
falta!”.
Roubará
o homem a Deus? Dinheiro não! Ninguém está roubando o dinheiro de Deus
quando se abstém de dar para a igreja dez por cento de seus salários. Os que
adoram a Deus hoje o fazem em espírito e em verdade. Quem deixa de entregar à igreja dez por cento de sua renda não está
cometendo nenhum furto. Não existe esta possibilidade! O texto de Malaquias
3:8-10 foi completamente distorcido para se chegar a uma teologia tão
esdrúxula.
A casa do tesouro estava sem mantimento porque era administrada por sacerdotes desonestos. A casa do tesouro, um enorme compartimento do Templo destinado à armazenagem da comida santa, passava por problemas administrativos. Malaquias então se levanta e envia uma dura mensagem ao clero judaico.
Roubar
a Deus é deixar os órfãos, as viúvas e os pobres sem comida. Malaquias coloca
estes criminosos no mesmo patamar dos feiticeiros e adúlteros. (Mal. 3:5). Os
dízimos do Senhor estavam sendo desviados das bocas destes excluídos para as
“contas bancárias” dos sacerdotes corruptos. Por isso a ordem: “Trazei todos
os dízimos”. Uma boa parte não estava chegando ao Templo e o Senhor dos
Exércitos enviaria as maldições.
A IGREJA NÃO É A CASA DO TESOURO
Os
defensores da doutrina do dízimo interpretam muito mal o texto de Malaquias
3:10 afirmando que Casa do Tesouro corresponde à Igreja (Associação) e que os
dízimos são dez por cento de nossas rendas. A contextualização é feita da
seguinte forma:
DÍZIMO
= DEZ POR CENTO DOS SALÁRIOS.
CASA
DO TESOURO = IGREJA (ASSOCIAÇÃO)
MINHA
CASA = IGREJA (ORGANIZAÇÃO)
MANTIMENTO
= COMIDA (DINHEIRO)
Mas, não se pode tomar um versículo bíblico e aplicar técnicas de contextualização em apenas parte dele. Se DÍZIMO, CASA DO TESOURO e MINHA CASA foram contextualizados logo MANTIMENTO também precisa sofrer a mesma regra..
Ou deixamos o texto inteiro na sua forma literal ou contextualizamos tudo. É por isso que MANTIMENTO em Malaquias 3:10 contextualizado significará A PALAVRA DE DEUS, o pão espiritual, e nunca o pão literal, o sustento do clero, o arroz e o feijão que os pastores compram no supermercado!
Vejamos um outro exemplo:
”O Senhor é o meu Pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos. Guia-me mansamente às águas tranqüilas” Salmo 23:1,2.
Contextualização:
PASTOR = Líder espiritual. Aquele que nos conduz com segurança pelos caminhos da vida.
DEITAR
= Descansar pela fé. Depor nossos fardos.
VERDES
PASTOS = A Palavra de Deus. A alimentação providenciada pelo Pastor.
ÁGUAS
TRANQUILAS = A água viva que acaba com a sede do espírito. (João 4:13,14)
Imaginemos agora alguém dizer que Jesus é o nosso
líder espiritual (PASTOR), aquele que nos faz descansar pela fé (DEITAR) e nos
alimenta com a Palavra (VERDES PASTOS). É ele também o Deus maravilhoso que nos
concede um litro de água mineral bem gelada para mitigar a nossa sede. Que
contextualização descabida é esta que se aplica apenas à uma parte do verso? A
expressão “águas tranqüilas” não pode ter aplicação literal isolada. Não é H2O.
Desta forma, Malaquias 3:10 contextualizado na versão da Bíblia na Linguagem do Dinheiro ficaria assim: “Trazei DEZ POR CENTO DE VOSSOS SALÁRIOS à ASSOCIAÇÃO para que haja A PALAVRA DE DEUS na IGREJA.”
Ora,
a Palavra de Deus pode ser comprada? Se sim, em que termos? Por hora, por dia,
por capítulo ou versículo? A vista ou a prazo? Com cheque, dinheiro ou cartão
de crédito? E as igrejas que não têm dinheiro? Ficarão sem a Palavra de Deus? E
aqueles que têm muito dinheiro? Poderão adquirir mais “Palavra de Deus” que os
seus irmãos mais pobres? A quem será paga esta Palavra? Bancando o salário do
clero estaremos automaticamente pagando a “Palavra de Deus?”
E
as igrejas sem pastores como serão? Ficarão sem a Palavra?
EU O SENHOR NÃO MUDO (Mal. 3:6)
Os homens tentaram modificar a palavra de Deus, mas
note que inserido no próprio texto do profeta Malaquias, antes das instruções
dizimistas dos versos 8 a 10 do capítulo 3, Deus declara que Ele não muda. Uma
importante advertência aos que pretendem modificar o sentido da mensagem
adaptando-a a interesses financeiros.
Deus não muda porque os dízimos em Malaquias continuam tendo ligação com à agricultura, com os frutos da vide, com o mantimento.
Mas, para os obedientes, a benção. Benção detalhada no verso 11 do capítulo 3. Observe bem a descrição bíblica. A benção é prometida àqueles que trouxessem os dízimos à casa do tesouro (e a quem deixasse de roubá-los). Toda a bênção é de conseqüência agrícola.
“Repreenderei
o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra. A vossa vide no campo
não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.”
O
que fazem os dizimistas? Tomam a última parte do verso 10 que antecede o texto
acima e mudam o sentido da benção. “E depois fazei prova de mim, diz o
Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar uma
bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança”.
Ora,
abrir as janelas dos céus é oferecer boas condições climáticas, chuvas, para
que a colheita fosse farta. Era um assunto especificamente destinado aos
dizimistas agricultores. Pessoas ligadas à terra! Os outros profissionais
judeus, pescadores, carpinteiros, padeiros, guardas, nada tinham a ver com esta
briga!
Como
então dizer que o devorador aqui é o diabo? Que o fruto da terra são nossos
empregos? Que a abastança é dinheiro, prosperidade?
É triste a situação daqueles que sempre dão dez por cento de seus salários para a igreja e ficam aguardando indefinidamente pela benção da abastança. Quando ela não vem eles re-interpretam o texto dizendo que a abastança citada por Malaquias é saúde, paz, amor e esperança.
Ainda falando do “devorador”:
Muitos
tem pregado que o Dízimo é uma “proteção” das finanças contra o demônio chamado
“devorador”. Este devorador, é bom que se diga que não se trata de um
“demônio”como muitos dizem. Isto é um erro grosseiro de interpretação da
Bíblia. Vamos analisar:
No verso 11 fala de um devorador na forma de “juízo de Deus”, são pragas nas plantações. O contexto deste verso está, além das passagens anterior e posterior a este versículo, também em Dt 28:38 onde este “gafanhoto” faz parte dos “castigos da desobediência”, veja: “Lançarás muita semente ao campo; porém colherás pouco, porque o gafanhoto a consumirá.” Isto é uma das muitas conseqüências da desobediência do povo de Israel se caso desobedecesse os mandamentos do Senhor.
No verso 11 fala de um devorador na forma de “juízo de Deus”, são pragas nas plantações. O contexto deste verso está, além das passagens anterior e posterior a este versículo, também em Dt 28:38 onde este “gafanhoto” faz parte dos “castigos da desobediência”, veja: “Lançarás muita semente ao campo; porém colherás pouco, porque o gafanhoto a consumirá.” Isto é uma das muitas conseqüências da desobediência do povo de Israel se caso desobedecesse os mandamentos do Senhor.
Para
verificar que este gafanhoto é um instrumento de juízo do Senhor, veja também
em Joel 1:4 e principalmente Amós 7:1, veja este último o que diz: “Isto me
fez ver o Senhor Deus; eis que ele formava gafanhotos ao surgir o rebento da
erva serôdia; e era a erva serôdia depois de findas as ceifas do rei.” Note
a relação “Desobediência e Juízo de Deus como conseqüência”.
Uma
cadeia de equívocos interpretativos ocorre, pois quando lemos estes quatro
versos (8, 9 ,10 e 11) com a devida atenção fica claro que o contexto é de
bênçãos materiais e não espirituais. Abastança! Colheita farta! Frutos na vide!
Sem devorador! Sem gafanhotos destruindo as lavouras. O tema é benção material
e não saúde, paz, amor e esperança!
Deus não muda e uma desilusão hermenêutica poderá levar a outros erros em série. O fim será uma forte decepção com a religião e com Deus que nenhuma culpa tem neste processo. Mudaram o texto. Distorceram as palavras de Malaquias! Mas o nosso Deus continua sempre o mesmo!
ADVERTÊNCIA FINAL
Já
que os nossos líderes religiosos querem tomar para si a aplicação do texto de
Malaquias, sugerimos que absorvam primeiramente a grande mensagem contida no
capítulo 2 verso 7: “Pois os lábios do sacerdote devem guardar o
conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é
o mensageiro do Senhor dos Exércitos.”.
Os
líderes tem a responsabilidade de guardar e de manter o conhecimento. Pastores
e líderes devem passar para o povo a instrução correta, pois são os
depositários da verdade. Precisam parar de ensinar heresias, distorcendo textos
aqui e acolá. Os "sacerdotes" modernos precisam assumir o papel de
mensageiros do Senhor dos Exércitos. Não podem enganar os filhos de Deus. Onde
está a coragem sacerdotal para dizer à igreja toda a verdade do livro de
Malaquias? “Mas vós desviastes do caminho e a muitos fizestes tropeçar...”
Mal 2:8
Quanto
a nós cristãos membros comuns da igreja, não somos ladrões. Não estamos
furtando a Deus. Estamos livres em Cristo vivendo felizes sob o novo concerto.
A graça de Jesus já nos libertou destes dogmas. Altar de incenso, circuncisão,
dízimos são temas do velho concerto. Nós vivemos numa outra época. “Cada um
contribua segundo o seu coração. Não com tristeza ou por necessidade, pois Deus
ama o que dá com alegria”. (II Cor. 9:7).
A
superstição criada pela doutrina do dízimo não condiz com a mensagem de
liberdade do novo concerto. A crença de que seremos amaldiçoados se não dermos
dez por cento de nossos salários à igreja é um engodo e tanto. Superstição.
Simplesmente superstição. Não importa qual seja o ritual.
Algumas
pessoas usam ferraduras atrás da porta, outros andam com folhas de arruda sobre
a orelha e muitos cristãos dão dízimos de seus salários para afastar as
maldições de Malaquias.
A
superstição é uma ferramenta perfeita nas mãos de líderes religiosos. Sempre
foi assim. Na idade média as pessoas acreditavam que comprando indulgências
escapariam do purgatório indo diretamente para o céu. Quanto dinheiro o clero
medieval não amealhou durante séculos explorando a crendice supersticiosa de
milhões de sinceros!
Hoje líderes religiosos árabes enganam jovens humildes com a “Doutrina da Guerra Santa”. Eles criaram a superstição que garante o Céu aos muçulmanos que morrerem em combate. Ser um homem bomba suicida é lucro. É passaporte garantido para o paraíso eterno.
Também
foi uma tola superstição como esta que fez aquele pobre paralítico “mofar” 38
anos às margens do tanque de Betesda. Ele e os demais acreditavam que um anjo
de vez em quando aparecia por ali e mexia a água. O primeiro doente a pular
dentro do tanque ficava curado. Superstições! Superstições!
Hoje, cristãos sinceros deixam de comprar gêneros de primeira necessidade para pagar dízimos às suas igrejas. Põe dez por cento de seus salários num envelope, lançam-no na salva de ofertas e saem aliviados. “Agora Deus vai me abençoar. Já cumpri minha parte”. A superstição é tão forte que alguns chegam a pagar dízimos com cheques pré-datados afim de se livrarem da maldição de Malaquias.
A
SUPERSTIÇÃO é a contramão da GRAÇA. A superstição manda cumprir exigências a
fim de se livrar das conseqüências. A graça já nos fez conseqüências. Somos a
conseqüência do amor de Deus. Ele tomou a iniciativa e cravou a lei cerimonial
na cruz declarando que somos livres!
Aconteceu
com os discípulos e acontecerá com você. Embora fossem judeus não eram judeus.
Você consegue imaginar Pedro, Tiago e João pagando dízimos ao Templo, a
instituição corrompida que matou Jesus?
Eles
eram homem livres. Os rebentos do novo concerto. Tinham um ministério de
auto-sustentação descompromissado com o sistema judaico. O único discípulo de
Jesus a ganhar dinheiro da “Obra” (do Templo) foi Judas Iscariotes. Os
sacerdotes pagaram-lhe trinta moedas pela traição fatal. Coincidência ou não,
era ele também um grande ladrão!
E os pais da Igreja o que pensavam sobre o assunto?
*Irineu. Considerou o dizimar uma lei judaica que não se
requer dos cristãos, porque os cristãos receberam a “liberdade” e devem dar sem
constrangimento externo ( Haer. 4,18,2)
*Orígines. Considerou que o dízimo era algo que deveria ser
ultrapassado, de longe, pelos cristãos nas suas distribuições. ( In num. Hom.
11).
*Justino
Mártir. Observa que cada domingo “aqueles
que prosperaram e tem esse desejo, contribuem, cada um na quantidade que
quiser. E aquilo que for coletado é depositado com o presidente, e ele cuida
dos órfãos e das viúvas, e dos necessitados... e daqueles que estão presos e
dos forasteiros que habitam entre nós” (1 Apol. 67; cf. também Apost. Const 2,
27).
Sendo
assim para os antigos pais da Igreja, o dízimo era coisa do passado, agora um
novo principio para as dádivas os guiava, e os impulsionava a compartilhar- a
bondade de Deus e a compulsão interna do espírito santo.
E
o que diz a História?
O dízimo foi reintroduzido na Igreja como meio de sustentar o clero através de um decreto do rei Carlos Magno (785 d.c) Já não davam ao povo uma opção 2013 eram tributados para o sustento da igreja quer gostassem, quer não. Antes não existia essa pratica na Igreja segundo a história nos relata.
E
o que diz o novo testamento?
É surpreendente descobrir, que em nenhuma ocasião, o dízimo é mencionado em nenhuma das instruções dadas à igreja. Jesus mencionou escribas e fariseus que dão o dízimo, mas nunca mandou seus discípulos darem o dízimo. O escritor aos hebreus se refere a Abraão que pagou os dízimos, e a Levi que pagou seu dízimo a Melquisedeque através de Abraão. Mas nunca ensinou seus leitores a seguirem o exemplo deles.
Paulo escreve acerca do repartir as posses materiais para cuidar das necessidades dos pobres ( 1 co 16:1-3; 2 co caps 8-9; ef 4: 28) e para sustentar o ministério cristão (1 co cap. 9). Insiste na generosidade e a recomenda (2 co 9: 6; 8:1-5) mas nunca exige, nenhuma só vez, como mandamento da parte de Deus, que qualquer montante específico seja dado. A totalidade do vocabulário especial de Paulo acerca das contribuições (Charis,=Graça, 1 co 16: 3, coynonia= comunhão,2 co 8:4; diakonia= serviço,2 co 8:4,9:1; eulogia=louvor, benção 2 co 9:5, e seu ensino explícito sobre o assunto (romanos 15:25-28;1 co 9:8-18;2 coríntios caps 8-9) indicam que, para o cristão a contribuição é voluntária ,um ato da livre vontade, o compartilhar não compulsório das suas posses materiais, sem montante estipulado como seria uma taxa ou um dízimo.
Autor
da exegese: Marcelo Siqueira Barreiros
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Anexo 2
Análise - Abraão e Jacó dando dízimos
Há
duas passagens Bíblicas que falam de um dízimo sendo dado antes que a Lei fosse
instituída no Sinai. As passagens envolvem Abraão e Jacó, dois dos patriarcas
de Israel.
A
primeira a ser analisada é sobre Abraão, Gênesis 14:17-20: "E o
rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro (depois que voltou de ferir a Quedorlaomer e
aos reis que estavam com ele) até ao Vale de Savé, que é o vale do rei. E
Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus
Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o
Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os
teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo. [Todas as
citações são da Almeida Corrigida Fiel]"
Nesta
passagem, somos ditos que Abraão deu um dízimo a Melquisedeque, presumivelmente
como uma expressão de gratidão a Deus por capacitar-lhe e conceder-lhe resgatar
seu sobrinho Ló, que tinha sido levado cativo.
Aqueles
que crêem que o dízimo é mandatório para os crentes do Novo Testamento
argumentam que, uma vez que o dízimo foi praticado antes que a Lei Mosaica
fosse dada, ele forçosamente também tem que ser praticado depois da Lei Mosaica
(que tem sido feita obsoleta pelo estabelecimento do Novo Pacto, através do
sacrifício de Cristo) (He 8:13).
No
entanto, antes que cheguemos a qualquer decisão dura e apressada, olhemos de
mais perto o texto [acima] e façamos algumas observações pertinentes:
- Não há nenhuma evidência neste texto de que dizimar foi ordenado por Deus. De fato, tudo no texto nos leva a crer que dar o dízimo foi, completamente, uma decisão e [livre] escolha de Abraão. Como tal, foi completamente voluntária. Diga-se também que o dízimo, na Lei, de modo algum era voluntário, mas sim obrigatório a todo o povo de Deus.
-
Ademais, este é o único dízimo que as Escrituras mencionam que Abraão jamais
deu [em toda a sua vida]. Não temos nenhuma evidência de que dizimar era sua
prática geral [habitual, constante].
-
Ainda mais, este dízimo proveio do despojo da vitória que Abraão adquiriu por
poderio militar (Hb 7:4). O dízimo exigido sob a Lei Mosaica era sobre o lucro
da colheita, dos frutos e dos rebanhos, e para ser dado em uma base anual - não
o despojo de uma vitória militar!
Sobre Jacó, Gênesis 28:20-22: “E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir; E eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR me será por Deus; E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo.”
Jacó,
nesta passagem, está fazendo um voto em resposta a uma visitação que recebeu de
Deus, em um sonho. Neste sonho, Jacó viu uma escada alcançando o céu, com os
anjos de Deus subindo e descendo por ela. No sonho, Deus estava de pé, acima da
escada, e disse a Jacó "... Eu sou o SENHOR Deus de Abraão teu pai, e o
Deus de Isaque; esta terra, em que estás deitado, darei a ti e à tua
descendência; E a tua descendência será como o pó da terra, e estender-se-á ao
ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua descendência
serão benditas todas as famílias da terra; E eis que estou contigo, e te
guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; porque não
te deixarei, até que haja cumprido o que te tenho falado." (v. 13-15).
Em
resposta, Jacó fez o voto que, se Deus guardasse Sua promessa, ele, por sua
vez, daria a Deus um dízimo. Novamente, em semelhança ao exemplo de Abraão,
parece que este dízimo foi voluntário da parte de Jacó. Se ele de fato começou
a dizimar [a Bíblia não o registra] depois que Deus cumpriu a promessa que lhe
fez, Jacó ainda adiou o dizimar por 20 anos! [até depois da volta a Canaã.]
Estes
dois são os únicos exemplos de dizimar que podem ser encontrados no Velho
Testamento antes da Lei ser dada. Ambos são exemplos de “algo voluntário”,
e nenhum desses dois exemplos dizimar foi pedido por Deus. Em nenhum dos
personagens [Abraão e Jacó, que deram estes dois dízimos], vemos um exemplo de
dizimar como uma prática geral [habitual, constante] de suas vidas. De fato, na
vida de Abraão, parece que temos um dízimo como algo que ele só deu uma única
vez em sua vida, e foi [um dízimo] dos despojos de uma vitória militar, dado a
um sacerdote de Deus. Se nossa única evidência para obrigar crentes sob o Novo
Pacto a dizimarem se apóia nestas duas passagens de Gênesis, parece-me que
estamos nos apoiando em um fundamento muitíssimo inseguro!
Fonte: Brian Anderson - Milpitas Bible Fellowship,
1715 E. Calaveras Blvd, Milpitas, Ca 95035,
Traduzido
por Helio de Menezes Silva, visite solascriptura-tt.org
Outro comentário sobre Abraão e Jacó darem o dízimo:
Os dois exemplos do dízimo antes da lei (em
Gênesis) foram eventos únicos e voluntários, envolvendo mais do que dinheiro. O
exemplo de Abraão foi o do dízimo entregue uma vez apenas, dos despojos
de uma guerra (Hebreus 7:2; Gênesis 14:20). Visto como Abraão havia feito um
voto de não tomar pessoalmente qualquer despojo dessa guerra, (Gênesis
14:22-24), aparentemente ele dizimou o que pertencia aos outros... ou o que
poderia depois lhe pertencer. Nada existe na Escritura dizendo que
Abraão tenha dado o dízimo de sua renda ou riqueza, em tempo algum.
Abraão recebeu uma bênção e em seguida
deu o dízimo, aparentemente fora de um hábito social, sem qualquer mandamento
divino para fazê-lo. (Gênesis 14 e Hebreus 7:1).
O exemplo único de Jacó [de dizimar] foi
prometido SE Deus fizesse algo por ele, e a Escritura não esclarece se
Jacó de fato o cumpriu (Gênesis 28:22). De qualquer maneira, estes dois
exemplos esclarecem que o dízimo antes da lei não era
obrigatório, mas voluntário. Visto como a Escritura só registra incidentes
dessa uma única vez em que o dízimo foi dado (antes da lei), fica claro que
essa não era uma prática rotineira... Também, tendo em vista que Jacó prometeu
dizimar o que ele já possuía e lucrava (quer dizer, possuía totalmente, não em
crédito ou mercadoria baseados em hipóteses), entende-se que ele pretendia
dizimar sobre os lucros. Isso é importante.
Os que procuram tornar o dízimo estritamente
baseado em dinheiro, obrigatório e rotineiro, afirmando ter ele existido “antes
da lei”, não estão ensinando como ele realmente foi dado, “antes da lei”. Notem
ainda as seguintes escrituras mostrando a natureza voluntária de como se
ofertava antes da lei (Êxodo 35:5, 21, 22, 24, 29).
Alguns mestres da obrigação de dizimar usam as
Escrituras exigindo que se TRAGA, em vez de DAR o dízimo, a fim de provar que
este é obrigatório. Como veremos mais tarde, o dízimo na lei era
obrigatório, enquanto as passagens que mencionam o dízimo ANTES DA LEI dizem
que este era DADO.
Algumas
considerações sobre Melquisedeque
Muito
tem sido criado sobre o misterioso Rei de Salém (Jerusalém), em Gênesis 14, pelos
mestres do dízimo obrigatório. A realidade [porém] é que, no tempo de Abraão,
dizimar era uma prática pagã e um hábito voluntário especial de aceitar uma
regra criada. Usar o argumento de que o dízimo é hoje obrigatório porque Abraão
o deu a Melquisedeque é ridículo, pelas seguintes razões:
-
Primeira, Abraão dizimou voluntariamente os despojos de
guerra, não a sua riqueza pessoal.
-
Segunda,
não havia qualquer ordem dada por Deus no sentido dele dizimar.
-
Terceira,
Abraão já havia sido abençoado pela vitória que Deus lhe dera (Hebreus 7:2;
Gênesis 14:20,22,24). Nada existe na Escritura que diga ter sido a
bênção sobre Abraão o resultado do seu dízimo.
-
Quarta,
o dízimo de Abraão foi um exemplo único.
A questão do sacerdócio de Melquisedeque é puramente
judaica. Não é assunto gentílico, visto como os gentios nada tinham a ver com o
sacerdócio levítico. Foram os judeus que tiveram problema em aceitar Cristo
como o Sumo Sacerdote, porque Ele era da Tribo de Judá e não da Tribo de
Levi, da qual os judeus haviam sido doutrinados que os sacerdotes deveriam
sair. Essa é a razão do autor de Hebreus ter discutido amplamente o assunto em
sua Epístola. Os judeus, obviamente, não podiam entender o sacerdócio de Cristo
e o autor de Hebreus tentou explicá-lo. [....] Lembrem-se que os levitas
pagavam o dízimo do dízimo aos sacerdotes. O autor de Hebreus tentou
explicar aos judeus que a Tribo de Levi ainda não havia nascido, estava no seio
de Abraão e que eles, de fato, pagaram o dízimo ao sacerdócio eterno de
Melquisedeque, ao qual pertencia Cristo, para assim reconhecer, mesmo
indiretamente, o sacerdócio de Melquisedeque. O autor estava tentando mostrar
aos judeus que o sacerdócio levítico era ineficiente e temporário, enquanto o
de Melquisedeque era eterno e melhor. Os levitas ainda não nascidos, ao
pagar o dízimo através de Abraão, não justificam uma doutrina obrigatória do
dízimo, pelas quatro razões supracitadas.
É difícil os gentios entenderem estes assuntos, por
serem eles basicamente irrelevantes à sua aceitação de Cristo. Os gentios não
precisam tornar-se judeus para se tornarem cristãos e Paulo deixou claro ser
errado colocar sobre eles o fardo das questões e obrigações judaicas.
Posso garantir que a legítima significação do
aparecimento de Melquisedeque em Gênesis 14
é porque Abraão havia arriscado a vida para resgatar o seu sobrinho [Ló]. Este
é o primeiro relato bíblico de alguém tentando salvar um homem, com total
altruísmo. Lembrem-se que Abraão não poderia reter os despojos de guerra e
recusou-se a fazê-lo. Sua única motivação [para essa guerra] foi salvar o
sobrinho. Após o registro desse primeiro ato de altruísmo, repentinamente o Rei
de Salém aparece com pão e vinho [comunhão]. Abraão passara no teste por ter
querido sacrificar-se pelo próximo. Mais tarde, ele estaria concordando em
sacrificar o próprio filho [Isaque] e temos aqui novamente um tipo de Cristo em
forma de sacrifício e promessa.
Isso não faz muito mais sentido bíblico do que
tentar torcer a Escritura, a fim de fazer parecer que Melquisedeque quis
ensinar a obrigatoriedade do dízimo, especialmente em vista dos demais assuntos
discutidos neste documento?
Autor: Richard
W. Garganta – extraído do Livro“The Truth About Tithing” .
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Anexo 3
Como
era o dízimo no Antigo Testamento?
Que
ensina a Bíblia sobre o dízimo sob a Lei Mosaica? Nesta seção do nosso estudo,
examinaremos todas as passagens significantes que descrevam o dízimo sob a Lei,
nas Escrituras.
Levítico
27:30-33: "Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do
fruto das árvores, são do SENHOR; santas são ao SENHOR. 31 Porém, se alguém das
suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela.
32 No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar
debaixo da vara, o dízimo será santo ao SENHOR. 33 Não se investigará entre o
bom e o mau, nem o trocará; mas, se de alguma maneira o trocar, tanto um como o
outro será santo; não serão resgatados."
Note
que, nesta passagem, o dízimo é descrito como sendo parte do produto da terra,
da semente do campo, do fruto das árvores, do gado, e do rebanho. O dízimo não
era o dar dinheiro. Em local algum das Escrituras você encontrará que dizimar
era o dar dinheiro para Deus. Ademais, o dízimo era provavelmente dado em uma
base anual. Cada ano, depois que a terra tinha sido colhida, as pessoas traziam
para os sacerdotes as décimas partes de suas colheitas e do aumento na manada e
no rebanho. Daí, penso que podemos imediatamente ver que nossa contribuição
semanal (ou mensal) de dez por cento de nossa renda monetária difere muito da
prática do dízimo que encontramos na Bíblia.
Números
18:21-24 ["O Dízimo para os Levitas"]: E eis que aos filhos de
Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que
executam, o ministério da tenda da congregação. 22 E nunca mais os filhos de
Israel se chegarão à tenda da congregação, para que não levem sobre si o pecado
e morram. 23 Mas os levitas executarão o ministério da tenda da congregação, e
eles levarão sobre si a sua iniqüidade; pelas vossas gerações estatuto perpétuo
será; e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão, 24 Porque os
dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao SENHOR em oferta alçada, tenho
dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de
Israel nenhuma herança terão.
Note,
neste texto, que o dízimo foi planejado para ser o sustento dos levitas. Uma
vez que estes não tinham nenhuma herança [terra para atividade agro-pastoril]
na Terra Prometida, tal como a tinham as outras tribos, Deus fez provisão para
o sustento deles através do dízimo das outras famílias de Israel. De fato, em
Números 18:31 somos ditos "E o comereis em todo o lugar, vós e as vossas
famílias, porque vosso galardão é pelo vosso ministério na tenda da
congregação." O dízimo foi o pagamento- recompensa que Deus supriu para os
levitas, pelos seus serviços sacerdotais. Isto é similar ao sustento que os
funcionários do governo recebem hoje no nosso país, através dos impostos e
taxas pagos pelo trabalhador comum.
Deuteronômio
14:22-27 ["O Dízimo para o Festival"]: Certamente darás os dízimos
de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo. 23 E,
perante o SENHOR teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu
nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os
primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao
SENHOR teu Deus todos os dias. 24 E quando o caminho te for tão comprido que os
não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o SENHOR teu Deus
para ali pôr o seu nome, quando o SENHOR teu Deus te tiver abençoado; 25 Então
vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o SENHOR teu
Deus; 26 E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e
por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua
alma; come-o ali perante o SENHOR teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa; 27
Porém não desampararás o levita que está dentro das tuas portas; pois não tem
parte nem herança contigo.
Este
texto fala de um dízimo sendo usado para prover para as festas e festivais
religiosos de Israel. Números 18:21 nos diz que Deus deu todo o dízimo em
Israel para ser a herança para os Levitas. Se todo o dízimo foi dado aos
Levitas, então como é que este dízimo (em Dt 14) é dito para ser usado para as
festas e festivais religiosos de Israel? A resposta tem que ser que este é um
segundo dízimo. O primeiro era usado para o sustento dos Levitas e o segundo
para prover para os festivais religiosos, tanto assim que chegou a ser referido
como "O Dízimo para o Festival". O povo de Israel devia usar este
dízimo para comer na presença do Senhor, em Jerusalém (o local que Ele escolheu
para estabelecer seu nome).
Se
fosse demasiadamente incômodo para as pessoas de longe trazerem seus dízimos
todo o caminho até Jerusalém, seria permitido que elas o vendessem e trouxessem
o dinheiro [apurado] até Jerusalém, onde poderiam comprar aquilo de necessidade
para os festivais. Deus expressamente encoraja as pessoas a gastarem o dinheiro
deles em "tudo o que deseja a tua alma," incluindo bebida forte! O
propósito era que o povo de Israel pudesse aprender [ambas as coisas:] a temer
o Senhor e a regozijar ante Ele. Note que ter um sentimento de temor do Senhor,
e regozijar ante Ele, não são mutuamente exclusivos, mas, na realidade, são
complementares, deveriam acompanhar um ao outro! Este "Dízimo Para o
Festival" tornou possível ao povo de Israel ter toda a comida e bebida
necessárias para que pudesse usufruir gozosamente das festas religiosas de
Israel, e adorar ante o Senhor.
Deuteronômio
14:28-29 ["O Dízimo para os Pobres"]: Ao fim de três anos tirarás
todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas
portas; 29 Então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o
estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão,
e fartar-se-ão; para que o SENHOR teu Deus te abençoe em toda a obra que as
tuas mãos fizerem.
Aqui,
somos ensinados a respeito de um terceiro dízimo que é coletado a cada terceiro
ano. Os comentaristas Bíblicos estão divididos quanto a se este é realmente um
terceiro dízimo, em separado, ou apenas é o segundo dízimo usado de um modo
diferente, no terceiro ano. O historiador judeu Josephus apóia o ponto de vista
de que este foi um terceiro dízimo, em separado. Outros antigos comentaristas
judeus têm escrito em apoio a que é [apenas] o segundo [tipo de] dízimo que, a
cada três anos, era coletado e usado com outro fim. É impossível se determinar
com absoluta certeza quem está certo. De qualquer modo, o povo judeu tinha sido
ordenado a dar pelo menos [10 + 10 =] 20 por cento das suas colheitas e rebanhos,
e talvez tanto quanto [10 + 10 + 10/3] = 23.3 por cento! Este dízimo particular
bem poderia ser chamado "O Dízimo para os Pobres". Não devia ser
ajuntado em Jerusalém, mas nas aldeias. As pessoas de cada aldeia deviam trazer
uma décima parte de suas colheitas e rebanhos e ajuntar tudo, para prover para
os pobres da aldeia, incluindo os estrangeiros, os órfãos, e as viúvas.
Em
muitos aspectos, parece que o dízimo exigido sob a Lei é hoje similar à taxação
que o governo impõe sobre nós. Israel era governado por uma teocracia. Sob ela,
o povo era responsável por prover para os trabalhadores do governo (os
sacerdotes e os levitas em geral), para os dias santificados (festas de alegria
ao Senhor), e para os pobres (estrangeiros, viúvas e órfãos).
Neemias
12:44: Também no mesmo dia se nomearam homens sobre as câmaras, dos
tesouros, das ofertas alçadas, das primícias, dos dízimos, para ajuntarem
nelas, dos campos das cidades, as partes da lei para os sacerdotes e para os levitas;
porque Judá estava alegre por causa dos sacerdotes e dos levitas que assistiam
ali. Note que o texto diz que os dízimos eram exigências "da
Lei".
Estes
dízimos não eram voluntários como o foi nas vidas de Abraão e Jacó.
Similarmente, lemos em Hebreus 7:5 "E os que dentre os filhos de Levi
recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto
é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão."
[Indiscutivelmente] o dízimo nunca foi voluntário, sob a Lei de Moisés. Note,
aqui, que, nos dias de Neemias, homens eram indicados para ajuntarem as ofertas
e os dízimos em câmaras designadas para aquele propósito particular. Estas
câmaras eram para os bens armazenados, e depois se tornaram conhecidas como
"casas do tesouro". Isto se tornará importante quando olharmos para o
nosso próximo texto, em Malaquias 3.
Malaquias
3:8-12: Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te
roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. 9 Com maldição sois amaldiçoados, porque a
mim me roubais, sim, toda esta nação. 10 Trazei todos os dízimos à casa do
tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim
nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não
derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a
recolherdes. 11 E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não
destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril,
diz o SENHOR dos Exércitos. 12 E todas as nações vos chamarão bem-aventurados;
porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o SENHOR dos Exércitos.
Examinemos
esta passagem verso por verso, para que dela possamos extrair algumas
importantes verdades.
3:8
Este verso nos diz que quando um homem retém seus dízimos ele está roubando, na
realidade, a Deus. Isto porque ele está retendo algo que não lhe pertence,
antes é propriedade de Deus. Sob o Velho Pacto, o dízimo era mandatório,
portanto retê-lo era se tornar um ladrão. Note também que Deus diz que o povo o
estava roubando em dízimoS. Ele não disse no "dízimo", mas sim nos
"dízimoS" (plural). Estes "dízimos" têm que se referir aos
diferentes dízimos requeridos do povo de Deus (o Dízimo para o Levita, o Dízimo
para as Festas ao Senhor, e o Dízimo para os Pobres). Adicionalmente, observe
que Deus não está condenando o reter apenas dos dízimos, mas também das
ofertas. Estas, sem dúvida, referem-se às ofertas especificadas em Levíticos
1-5, tais como a oferta queimada [holocausto], a oferta dos manjares, a oferta
de paz, a oferta pelos pecados, e a oferta pelas culpas. Todas estas ofertas
eram constituídas, principalmente, de sacrifícios de animais. O suprimento de
comida e mantimento para os Levitas era provido, em grande parte, através
destes sacrifícios de animais, dos quais os Levitas eram permitidos participar
[comendo-os], em certos casos. Uma importante pergunta emerge a este ponto. Por
que é que reconhecemos que o sacrifício de animais não é coisa para o Novo
Pacto, mas dizemos que o dízimo o é? Se estivéssemos sob a obrigação de pagar
dízimos hoje, então, certamente, ainda estaríamos obrigados a oferecer
sacrifícios de animais. Deus amarrou um ao outro (os dízimos e os sacrifícios),
e disse que Seu povo O estava roubando por reter a ambos. Não podemos decidir "pegar
e escolher" qual dos dois ofereceremos a Deus, hoje. Das duas uma: [a]
estamos sob a obrigação de oferecer ambos, tanto dízimos como ofertas de
animais (sacrifícios), ou ambos [dízimo e sacrifício] têm sido abolidos pela
ab-rogação da Lei Mosaica.
3:9
Aqui, somos ditos que, como o povo de Israel estava retendo os dízimos e
ofertas, conseqüentemente estava amaldiçoado com uma maldição. Note que o verso
não diz "Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim,
toda a humanidade." Ao contrário, diz "Com maldição sois
amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação." Se dizimar
fosse um mandamento moral e eterno para todos os povos de todos os tempos,
então todos estes estariam sob maldição. Mas nosso texto somente diz que é toda
nação de Israel que estava sob a maldição. Agora, o que é interessante sobre
esta "maldição" é que, em Deuteronômio 28, somos ditos que se Israel,
sob a Lei Judaica, desobedecesse os mandamentos de Deus, então a nação seria
amaldiçoada. Note os seguintes textos: Deuteronômio 28:18 "Maldito o
fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e as crias das tuas vacas, e das
tuas ovelhas. 23 E os teus céus, que estão sobre a cabeça, serão de bronze; e a
terra que está debaixo de ti, será de ferro. 24 O SENHOR dará por chuva sobre a
tua terra, pó e poeira; dos céus descerá sobre ti, até que pereças. 38 Lançarás
muita semente ao campo; porém colherás pouco, porque o gafanhoto a consumirá.
39 Plantarás vinhas, e cultivarás; porém não beberás vinho, nem colherás as
uvas; porque o bicho as colherá. 40 Em todos os termos terás oliveiras; porém
não te ungirás com azeite; porque a azeitona cairá da tua oliveira. E todas
estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e te alcançarão, até que
sejas destruído; porquanto não ouviste à voz do SENHOR teu Deus, para guardares
os seus mandamentos, e os seus estatutos, que te tem ordenado;" (Dt
28:18, 23-24, 38-40, 45). Nestes versos, Deus adverte que, se o Seu povo
desobedecesse Seus mandamentos e estatutos, então as ceifas dele falhariam, as
chuvas não viriam, as colheitas seriam pequenas, a locusta [tipo de grilos ou
gafanhotos] consumiria a comida, e o fruto das árvores falharia.
3:10
Nesta passagem, Deus fala da "casa do tesouro". Com base em Neemias
12:44, sabemos que isto se refere às câmaras no Templo, postas à parte e
designadas para guardar os dízimos dados pelo povo para o sustento dos
sacerdotes [e a todos os demais levitas]. Não existe sequer um fiapo de
evidência de que devemos associar estas "casas do tesouro" aos
prédios das igrejas para os quais os crentes do Novo Pacto devem trazer seus
dinheiros. Ademais, a razão pela qual Israel devia trazer todos os dízimos para
dentro da casa do tesouro era que houvesse [bastante] alimento na casa de Deus.
Deus estava interessado em que os levitas tivessem comida para comer. Este era
o propósito daqueles dízimos que eram trazidos para o Templo de Deus. Somos
ditos, também, que se o povo de Deus fosse fiel em trazer seus dízimos para a
casa do tesouro, Deus abriria as janelas do céu e derramaria para eles uma
bênção até que transbordasse. Isto sem dúvidas refere-se à promessa de Deus de
trazer abundantes chuvas para produzir a bênção de uma transbordante ceifa.
3:11
Neste verso, Deus promete que se Israel trouxer os dízimoS [e as ofertaS], Ele
repreenderá o devorador para que não destrua o fruto da terra. Sem dúvidas, o
"devorador" é uma referência às locustas que Deus adverte que virão
sobre os campos de Israel se o povo falhar em trazer o dízimo (Dt 28:38; vide
acima).
3:12
Neste verso, Deus graciosamente promete que, se Israel for obediente no dar os
seus dízimoS e ofertaS, todas as nações a chamarão abençoada. É interessante
que Deus não apenas advertiu Israel de que seria amaldiçoada se desobedecesse a
Lei Mosaica, mas também prometeu que seria abençoada se a obedecesse. Note
estes textos, "1 E será que, se ouvires a voz do SENHOR teu Deus, tendo
cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o SENHOR
teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra. 2 E todas estas bênçãos
virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do SENHOR teu Deus;
(Dt 28:1-2). 4 Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o
fruto dos teus animais; e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas. 8 O
SENHOR mandará que a bênção [esteja] contigo nos teus celeiros, e em tudo o que
puseres a tua mão; e te abençoará na terra que te der o SENHOR teu Deus. 11 E o
SENHOR te dará abundância de bens no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus
animais, e no fruto do teu solo, sobre a terra que o SENHOR jurou a teus pais
te dar. 12 O SENHOR te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua
terra no seu tempo, e para abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a
muitas nações, porém tu não tomarás emprestado." (Dt 28:1-2, 4, 8,
11-12). Aqui, Deus prometeu abençoar Israel materialmente, se ela fosse
obediente. A promessa inclui abundantes colheitas, copiosas chuvas, e grandes
aumentos nas manadas e nos rebanhos.
Portanto,
é minha convicção que as bênçãos e maldições escritas em Malaquias 3:8-12
referem-se às bênçãos materiais que Deus prometeu a Israel, se ela obedecesse
seus mandamentos e estatutos. Dizimar foi um destes mandamentos.
Portanto,
que podemos concluir sobre o dízimo, sob a Lei Mosaica? Penso que, com
segurança, podemos concluir que o dízimo não tinha nada a ver com o dar
dinheiro regularmente, numa base semanal ou mensal, mas, ao contrário, tinha a
ver com a adoração a Deus conforme ordenada no tempo do Velho Pacto. O
mandamento para dizimar, tal como os mandamentos para não comer camarão nem
ostras, tornou-se obsoleto e foi colocado de lado, pela inauguração do Novo
Pacto, na morte de Cristo. O dízimo foi o sistema de impostos e taxas ordenado
por Deus sob o sistema teocrático do Velho Testamento.
Se
alguém deseja dizimar realmente [literalmente] de acordo com as Escrituras,
teria que fazer o seguinte:
1) Deixar seu trabalho e comprar uma terrinha, de
modo que possa criar seu gado e plantar e colher [grãos, verduras e frutas].
2) Encontrar algum descendente de Leví, para
sustentá-lo [e este a um descendente do levita Arão (que realmente seja
sacerdote, no Templo, em Jerusalém)].
3) Usar suas colheitas para observar as festas
religiosos do Velho Testamento (tais como Páscoa, Pães Asmos, Pentecostes,
Tabernáculos) [quando, como e onde Deus ordenou. Literalmente];
4) Começar por dar pelo menos 20 por cento de todas
as suas colheitas e rebanhos a Deus; e
5) Esperar que [com toda certeza] Deus amaldiçoe sua
nação [em oposição ao próprio crente] com [grande] insuficiência material, se
ela for infiel, ou a abençoe com [grande] abundância material, se for fiel.
Penso
que todos nós concluiríamos que isto é completamente absurdo! Todos
reconhecemos que Cristo tem abolido o sacerdócio levítico, os sacrifícios de
animais, e as festas religiosas, em Cristo. Bem, se isto é verdade, por que
estamos tentando segurar [i.é manter] o dízimo, que foi parte e parcela de
todas essas ordenanças do Velho Testamento?
Autor: Brian Anderson - Milpitas Bible Fellowship, 1715 E. Calaveras Blvd, Milpitas , Ca 95035,Traduzido por Helio de Menezes Silva, visite solascriptura-tt.org
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